Uma arroba após a outra e o pecuarista vai vendo seu negócio crescer.
Reforçando a tendência de alta no mercado de boi gordo os preços da arroba voltaram a subir nesta quinta-feira, 4 de maio, em algumas praças pecuárias do País, com destaque para São Paulo. Na terra da garoa, o animal terminado foi negociado a R$ 207/@, a prazo, cm elevação de R$ 2/@ sobre as cotações do dia anterior, relata a Informa Economics FNP.
“Em São Paulo, a atuação ativa de frigoríficos exportadores em meio a uma oferta curta de boiada pronta, principalmente de fêmeas, tem mantido as cotações em patamares elevados”, destaca a FNP. Os preços atuais oferecidos pela arroba paulista são acrescidos de prêmios entre R$ 5 e R$ 10 por animais que atendam aos requisitos internacionais – com destaque para os altos ágios pagos aos bovinos cujos cortes (sobretudo do dianteiro) têm como destino o mercado da China.
Nas praças do Mato Grosso do Sul, o dia de hoje também foi de valorizações. Em Dourados, a boiada gorda foi vendida a R$ 183, à vista, com acréscimo de R$ 1/@ sobre o preço do dia anterior. Nas regiões de Campo Grande e Três Lagoas, as cotações do animal terminado alcançaram R$ 185/@, a prazo, com altas diárias de R$ 1/@ e R$ 3/@, respectivamente, segundo apuração da FNP.
Segundo a FNP, a baixa disponibilidade de animais nas regiões do MS e a forte procura de indústrias paulistas sustentam as cotações em patamares firmes.
Na maior parte do Brasil, a arroba da boiada gorda segue sob pressão altista sustentada pelo aquecido ritmo de exportações e pela baixa disponibilidade de animais prontos para abate. Além da pouca oferta de machos, há uma grande escassez de fêmeas para abate, devido ao atual processo de retenção de matrizes por parte dos pecuaristas, como o objetivo de repor o rebanho frente dos altos custos de bezerros e bezerras, informa a FNP.
No mercado interno, a entrada de salários com a virada do mês, somada ao afrouxamento da quarentena em algumas capitais, promoveu certa reação no consumo de carne bovina ao longo da semana, o que permitiu, ontem e hoje, leves ajustes nos preços dos cortes, relata a consultoria.
Giro pelas demais praças
No Rio Grande do Sul, há registros de grande dificuldade para originar matéria prima e, para conseguir preencher as escalas de abate, as indústrias locais também pagam mais caro pelo gado, destaca a FNP. A oferta reduzida de animais prontos para abate no Estado sulista se deve à forte estiagem registrada no início deste ano, que prejudicou a qualidade das pastagens.
No Tocantins, os pecuaristas dispõem de pastos em boa qualidade e conseguem reter o gado terminado, emplacando uma pressão positiva nos preços, de acordo com a FNP.
Em Goiás, as plantas frigoríficas encontram dificuldades para originar matéria prima e também pagam valores mais altos pelo gado para abate.
Na Bahia, poucos negócios foram efetivados nesta quinta-feira, a valores mais altos. Na região, diversas atividades seguem paralisadas em decorrência do alastramento de casos de Covid-19 e há expectativas de retração no consumo local de carne bovina. A baixa disponibilidade de gado para abate, no entanto, tem dado suporte para os preços firmes nesse Estado do Nordeste, relata a FNP.