Sindicato e Senar/MS ministram curso de Prevenção e combate a incêndios florestais
O período de maio a setembro apresenta elevados riscos de incêndios, devido à baixa umidade e altas temperaturas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia – Inmet, a situação tende a ser mais preocupante em junho, julho e agosto, quando os registros de chuva são quase nulos. Com condições climáticas propícias, Mato Grosso do Sul ocupa o 6º lugar no ranking brasileiro de incêndios. Considerando a importância do tema, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul ofereceu capacitação em Prevenção e Combate a Incêndios Florestais em Paranaíba, nos 15 e 16 de fevereiro.
A preocupação com os incêndios florestais foi constituída na esfera federal em 1988, com a criação da Comissão Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. No ano seguinte, foi criado o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Prevfogo, sob responsabilidade do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Segundo o instrutor do Senar/MS, Ramiro Juliano da Silva, o curso tem o objetivo de empregar técnicas corretas de prevenção e combate aos incêndios florestais. “O curso é dado pelo Senar desde 2011. É um assunto muito importante e que precisa da atenção dos produtores. Temos que trabalhar a educação e a prevenção antes de tudo”, ressalta. No curso são administrados conceitos básicos sobre incêndios, legislação, prevenção, técnicas e práticas de combate e procedimentos de primeiros socorros.
Além das causas naturais de incêndios, como tempo seco, calor e ventos fortes, há também incêndios causados pela ação do homem, muitas vezes imprudente. Fogos de artifício, balões com gás hélio e instalações elétricas mal feitas são exemplos. “Os produtores têm que ter consciência. Um exemplo muito comum é plantação embaixo de linha de transmissão ou muito próximas. Tem que ter no mínimo 30 metros de distância de cada lado”, esclarece Ramiro. O instrutor do Senar/MS ressalta que o curso não aborda somente temas florestais. “É sobre qualquer tipo de vegetação. Desde plantações, como cana-de-açúcar, eucalipto e seringueira, até pastagens e florestas. A plantação de cana-de-açúcar e a braquiária, por exemplo, são os maiores combustíveis de incêndios”, pontua. A propagação do fogo é baseada em três fatores: calor, oxigênio e material inflamável, neste caso, a vegetação. “A separação e limpeza da vegetação são essenciais para evitar que o fogo de alastre. É o que chamamos de manutenção de aceiros, em que parte da vegetação é retirada nas proximidades da fazenda. Eles estabelecem uma linha de controle”, afirma o instrutor Ramiro. Construção de estradas e açudes também podem servir como estratégias de prevenção.
O curso teve uma carga horária total de 16 horas, sendo oito horas de aulas teóricas e oito horas de aulas práticas. As aulas práticas buscam ensinar técnicas de combate reproduzindo a realidade da forma mais fiel possível. Os alunos fazem uso de caminhões-pipa, abafadores, extintores, lança-chamas do tipo pinga-fogo e outros. O Sindicato Rural agradece a parceria com a FM Serviços Agrícolas onde as aulas práticas foram ministradas.