Preço da arroba do boi e da vaca gorda galopam em São Paulo.
O mercado pecuário brasileiro segue subindo ladeira. Nessa quinta-feira, 18 de junho, o movimento de alta foi generalizado – em grande parte das praças pecuárias do País, os preços do boi gordo e da vaca gorda escalaram mais alguns degraus. Também houve elevações nos preços de cortes bovinos no atacado de São Paulo, mesmo diante de uma demanda interna ainda enfraquecida, consequência da crise gerada pela pandemia de Covid-19 e pelo menor poder aquisitivo da população brasileira. Nas praças paulistas, o boi bateu R$ 210/@, enquanto a vaca gorda subiu para R$ 193/@ (valores a prazo), segundo dados da FNP. Em Dourados, MS, o animal macho foi a R$ 195/@, à vista, e a vaca alcançou R$ 180/@. Em Tangará, MT, o boi gordo foi a R$ 185/@, e a fêmea para abate atingiu R$ 172 (valores a prazo). Em Maringá, PR, o boi gordo atingiu R$ 202/@, à vista, e a vaca gorda, R$ 192/@. Outras muitas outras praças também registraram elevações nesta quinta-feira.
A dificuldade para aquisição de novos lotes de boiada, somado ao ritmo acelerado das exportações, explica o movimento altista do mercado pecuário brasileiro. Diante da oferta restrita de gado terminado e, consequentemente, menor nível de abates diários, a produção de carne bovina no Brasil está muito enxuta e, em grande parte, vem sendo direcionada para o mercado internacional, relata boletim pecuário da FNP. Neste contexto, mesmo com a inconsistência do consumo doméstico ao longo desta semana, os preços dos principais cortes bovinos no atacado registraram valorizações no dia de hoje, sustentados pela baixa disponibilidade de mercadoria nos entrepostos.
“Muitas indústrias têm trabalhado os seus abates diários em consonância com a demanda, com o intuito de adequar a produção ao inconsistente consumo doméstico e à baixa oferta de gado gordo”, destaca a consultoria, acrescentando que objetivo é evitar formação de estoques nas câmaras frias.
No Estado de São Paulo, a baixa disponibilidade de gado de qualidade que atenda aos requisitos internacionais (sobretudo o boi-China, abatido com idade inferior a 30 meses) e a boa remuneração dos embarques, em função do câmbio desvalorizado, dão suporte para a pressão altista na arroba, observa a FNP. Essa forte atuação dos frigoríficos exportadores paulistas também promoveu ajustes positivos nas cotações do Mato Grosso do Sul, informa a consultoria.
Giro por outras praças
No Paraná, plantas habilitadas atendem à forte demanda de parceiros internacionais pela carne brasileira e se posicionaram de forma firme no mercado, concretizando novas aquisições apenas mediante elevação dos preços oferecidos.
No Rio Grande do Sul, a reduzida oferta de gado terminado, consequência da forte estiagem que atingiu o Estado no início deste ano, tem dificultado o avanço das escalas de abate e emplacado forte pressão altista nas cotações da boiada gorda.
Na Bahia, a oferta restrita de animais deu suporte para altas nos preços do gado para abate nesta quinta-feira. Em um contexto semelhante, a cotação na região do Maranhão também registrou ajustes positivos, segundo levantamento da FNP.