Possível acordo EUA-China pode afetar Brasil
Um possível acordo entre Estados Unidos e China pode prejudicar o Brasil nas exportações de proteína animal ao País, avalia o professor sênior de Agronegócio Global do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Marcos Jank.Segundo ele, a China tende a não aceitar ficar dependente da soja norte-americana (além dos Estados Unidos, o Brasil também é seu fornecedor usual) e por isso o acordo a ser fechado pelos países tende a envolver outros produtos, como as carnes, segmento em que o Brasil busca maior participação.“É interesse dos Estados Unidos aumentar as exportações desses produtos para a China. É provável que sejam utilizados como moeda de troca”, disse Jank durante o 26º Congresso Internacional da Indústria do Trigo, encerrado na terça-feira, 24, em Campinas (SP).
Jank também considera que frigoríficos brasileiros devem ser mais cautelosos ao comemorarem habilitações de plantas para a China. Na sua análise, é pouco expressiva a autorização de exportação de 89 plantas brasileiras para o país asiático, se levar em conta que o Brasil possui mais de 2 mil unidades credenciadas com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF).“Até o momento, o agronegócio brasileiro foi beneficiado com essa prática de comércio administrado da China com salto nas exportações de algodão e soja. Mas precisamos tomar cuidado porque a China protege muito e estrategicamente segmentos que aspiramos.”