Boi gordo ignora mercado interno e preços reagem.
Embora o consumo doméstico de carne bovina se mantenha fraco, reflexo do isolamento social adotado no País, o ritmo das exportações e a oferta restrita de animais neste período de entressafra têm dado suporte para preços do boi gordo no mercado físico, destaca a Informa Economics FNP. Nesta quarta-feira, 27 de maio, a arroba subiu de preço em diversas praças pecuárias, com destaque para São Paulo, onde o valor da boiada gorda vem sofrendo reajustes positivos desde o início desta semana, fechando o dia de hoje a R$ 203/@, a prazo, segundo levantamento da FNP.
“A demanda aquecida pela carne brasileira no mercado internacional, principalmente por parte da China, tem beneficiado os frigoríficos exportadores paulistas e dado suporte para cotações do boi gordo no Estado”, destaca a consultoria. No acumulado de maio até a última segunda-feira, os embarques de carne bovina in natura já contabilizam 114 mil toneladas, com receita total de US$ 502,6 milhões, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior. No comparativo ao mesmo período no ano passado, os números representam um aumento da média diária de 34,5%, em volume, e 53%, em valor.
Cautelas nas compras
Diante da incerteza quanto ao escoamento de carne, os frigoríficos operam com escalas de uma semana, em média, se mantendo cautelosos nas aquisições de boiada. Esse menor volume de compras, porém, não é suficiente para impor pressão baixista na arroba, já que a disponibilidade de animais no mercado é baixa, relata a FNP.
Do lado dos pecuaristas, mesmo com o tempo seco que vem sendo observado já há algumas semanas nas principais regiões pecuárias, a oferta de animais prontos segue escassa em toda as praças do País.
Giro por outras praças pecuárias
No Mato Grosso, o mercado apresentou baixa liquidez de negócios nesta quarta-feira. As indústrias pesquisadas alegam dificuldade no escoamento dos cortes bovinos e limitam suas aquisições, segundo a FNP. Sem atuação ativa de compradores, os preços apresentaram ajustes negativos nas praças do MT.
No Norte do Brasil, o ritmo dos embarques também tem dado suporte para ajustes positivos nas cotações do boi gordo. No Pará, além da demanda consistente de países asiáticos, principalmente a China, algumas plantas do Estado também são beneficiadas pela demanda de mercados árabes, informa a FNP.
Em Rondônia, as indústrias encontram dificuldade para adquirir gado terminado e pagam valores mais altos para cumprir as programações de abate.
Em Goiás, a baixa disponibilidade de animais prontos promoveu ajustes positivos nos preços do gado nesta quarta-feira. Em Minas Gerais, mesmo com o tempo seco, a oferta de gado terminado é restrita, o que tem também pressionado as cotações do boi gordo.