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Arroba a R$ 200 finca-pé em São Paulo.

Mercado tende a recuar, mas até agora as exportações firmes seguram as cotações em várias praças de comércio.
Por: 
Portal DBO
07/05/2020

Seguindo a tendência observada ao longo da semana, o mercado físico do boi gordo registrou maior fluxo de negócios nesta quarta-feira, 6 de maio, informam as consultorias ligadas ao setor. Dois fatores motivam essa maior procura por boiadas.O primeiro é a aproximação do feriado de dia das mães, situação que incentivou o aumento dos estoques de cortes bovinos para reposição das gôndolas nos supermercados, segundo relatos da Informa Economics FNP. Outro motivo é a necessidade das indústrias em atender prontamente a crescente demanda internacional pela carne bovina brasileira, que tem a China como maior cliente, responsável por um terço da receita obtida com os embarques da proteína em 2019.Esse aumento de interesse da indústria frigorífica tem coincidido com a maior necessidade de venda do pecuarista, devido à chegada do período seco, sobretudo na região Centro-Sul, que vem registrando um quadro de piora na qualidade dos pastos.“No curto prazo, a redução da capacidade de retenção dos pecuaristas deve fazer com que cresça a oferta de animais terminados no mercado, fator que pode intensificar uma pressão baixista na arroba, típica do período”, observa a FNP.

 

No entanto, pelo menos até agora, os preços do boi gordo continuam firmes, sobretudo nas regiões exportadoras, onde os frigoríficos pagam prêmios mais altos pelos animais que atendem os requisitos para o embarque ao exterior.Nos Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, por exemplo, há uma menor procura por vacas, mas um maior interesses dos compradores por machos e novilhas, justamente as categorias que atendem requisitos para exportação. No MS, de acordo com a FNP, há uma forte atuação de frigoríficos exportadores paulistas, favorecidos pelo aquecimento da demanda internacional pela carne bovina.

 

Giro pelas demais praças

Em São Paulo, o boi gordo seguiu firme e estável nesta quarta-feira, a R$ 200, a prazo, segundo dados da FNP.Em Goiás, com o predomínio do tempo seco e sem registro de chuvas, se observa um aumentado na disposição dos pecuaristas em liquidar o gado terminado, já que não encontram boa disponibilidade de massa verde nos pastos. A cotação do boi teve leve ajuste negativo nas praças de Goiás.Em Minas Gerais, o preço da vaca caiu em função do aumento na disponibilidade de fêmeas no mercado. No estado, após concluir a reposição de animais para o ciclo de confinamento, alguns produtores já iniciam um maior descarte de fêmeas, informa a FNP.

 

No Norte do País, os preços da boiada gorda tem se mantido firmes. No Tocantins, com pastos em boa qualidade, a oferta de animais segue restrita e o valor da vaca registrou ajuste positivo.No Pará, além do consistente nível de chuvas, a arroba do gado terminado também tem se valorizado pela atuação ativa de frigoríficos exportadores.

 

No atacado

A cotação dos principais cortes bovinos no atacado se manteve firme e inalterada.O aparente aumento do consumo de carne no País ainda não se mostra suficiente para ajustes expressivos dos preços da carne bovina, já que, com a permanência da quarentena nos grandes centros urbanos e expectativas de recessão econômica, prevalece, no curto prazo, grande incerteza acerca da demanda pelo produto.