Os produtores de leite estão saindo do mercado, diz presidente do Sindicato Rural
O leite já foi uma das principais fontes de renda em Paranaíba (MS), porém com o baixo preço pago por litro, média de R$1,25 atualmente, os produtores de médio e pequeno porte estão deixando o mercado e migrando para outras atividades mais rentáveis. Nilo Alves Ferraz, presidente do Sindicato Rural do município, conta que foi feito um levantamento entre junho de 2017 e junho de 2018 no município, e em uma propriedade especifica, o produtor vendia o leite por R$0,95 e o custo estimado do litro sai por R$1,26, ou seja, R$0,31 de prejuízo. “Esse produtor, por exemplo, estimava o custo a R$0,73, mas não colocava nessa soma a própria mão de obra e nesse treinamento nos chegamos aos números reais de custo e ele descobriu que estava tendo prejuízo”, explicou e, ainda segundo ele, é por conta disso que os produtores sofrem para conseguir fazer melhoramento na propriedade. Nilo explica que é comum no município os donos da propriedade deixarem a produção de leite para o capaz no intuito de auxiliar no salario. “Como o leite não é a principal fonte de renda, é normal esse pessoal tirar um pouco de leite para o consumo e passar uma quantidade pequena aos laticínios, mas quando chega à época das águas a produção aumenta e esse fator faz com que o valor do leite despenque e prejudique o produtor profissional”, pontua.
Estima-se que Paranaíba produza cerca de 70 mil litros de leite por dia, em mais de 300 propriedades rurais, além de produtores que tiram leite para o consumo próprio, este último se levado em consideração, atingiria cerca de 90% das propriedades do município. O leite produzido em território paranaibense é comercializado em laticínios locais e a maior parte vendida para uma empresa do Estado de São Paulo. Empresários explicam que o leite está cotado entre R$1,25 e R$1,37 e há grande falta do produto no mercado. “No começo do ano eu pagava por quatro litros de leites diariamente R$2,50 e a partir de julho a mesma quantidade passou a custar R$3,00”, conta a mãe de três crianças. Para o presidente do Sindicato Rural, se a União e o Estado não derem incentivo à classe, em breve, os pequenos e médios produtores vão abandonar o mercado. Segundo o Cepea (Centro de Pesquisas Econômicas da Escola Superior de Agricultura) a oferta para agosto deve seguir limitada, fundamentados no clima adverso e no encarecimento dos grãos, o que deve impedir a mudança de tendência no mercado. É esperado pelo instituto novas altas no produto.