Com ocorrência em 10 municípios, número de focos de raiva triplica
Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (04) pelo fiscal estadual agropecuário, da PNCRH (Coordenação Estadual dos Programas, Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros) e de PNEEB (Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina), Fábio Shiroma de Araújo.
O especialista explica que o aumento expressivo no número de focos se relaciona a dois fatores: a ocorrência em regiões que não têm o histórico de raiva e o período de incubação do vírus causador da doença.
Como não houve antes casos de raiva nas regiões afetadas neste ano, os animais não estavam imunizados. Fábio ressalta que a obrigatoriedade da vacinação é apenas em locais onde há registro da doença.
O outro fator é ao período relativamente longo (de 45 a 60 dias) de incubação (tempo que o animal foi exposto ao vírus até o aparecimento dos sintomas). Isso faz com que a doença se alastre antes de ser percebida. Houve caso de manifestação da enfermidade em animais vacinados havia 15 dias – isso porque eles já estavam doentes quando receberam a vacina.
O aumento de focos, segundo observa o fiscal, é um dado relativo. Isso porque em uma propriedade (que corresponde a um foco) pode ser, por exemplo, dez ou cem animais com a doença. Ou seja, o fato de neste ano ter 24 focos não significa, necessariamente, que a gravidade da raiva é maior.
Fábio Shiroma enfatiza, ainda, que a vacinação deve ser dada em duas doses, sendo a segunda 20 a 30 dias depois da primeira. “A vacina protege, mas não cura”, destaca. “Raiva não tem cura. Raiva mata”, reforça o especialista.
Até agosto, foram mortos cerca de 50 animais com sintomas da raiva. Mas esse número pode ser muito maior, devido ao período de incubação. Já foram vacinados 5,37 milhões de bovinos e equinos.
Ações – Neste ano, membros da coordenação e da equipe de Nova Alvorada do Sul realizaram ações preventivas naquele município e em Rio Brilhante às margens do Rio Vacaria e seus afluentes com vigilância em 21 propriedades rurais com 7 abrigos vistoriados tendo capturados e controlados 86 morcegos hematófagos.
Já a equipe da unidade Regional de Naviraí realizou ações preventivas nos municípios de Caarapó, Juti, Naviraí, Mundo Novo e Iguatemi com vigilância em 22 propriedades rurais com 34 abrigos vistoriados tendo capturados e controlados 225 morcegos hematófagos.
A equipe da Regional de Três Lagoas e da Regional Nova Andradina realizaram ações de perifoco no município de Taquarussu com vigilância em 34 propriedades rurais com 23 abrigos vistoriados tendo capturados e controlados 124 morcegos hematófagos.
Casa abandonada – Às margens Rio Panduí (afluente Rio Amambai), foram realizadas, pelas equipes de Amambai e de Nova Alvorada do Sul, ações de perifoco nos municípios de Amambai e Aral Moreira com vigilância em 98 propriedades rurais com 21 abrigos vistoriados tendo capturados e controlados 103 morcegos hematófagos. Os animais foram encontrados em uma casa abandonada.
Em especial nesta região um alerta já foi feito aos responsáveis de propriedades rurais próximas ao Rio Amambai e seus afluentes através dos Sindicatos Rurais da região, pois dos 24 casos registrados 11 foram em Aral Moreira, 03 em Amambai e 02 em Coronel Sapucaia.