Marfrig reduz prejuízo no 2º tri; reabre unidades por melhora de cenário
O balanço foi divulgado no mesmo dia em que a rival maior JBS anunciou queda de quase 80 por cento no lucro líquido do segundo trimestre.
A processadora de carnes Marfrig anunciou nesta segunda-feira que teve prejuízo líquido das operações continuadas de 156,9 milhões de reais, ante resultado também negativo de 200,5 milhões de reais em igual etapa de 2016. O prejuízo veio com um "ambiente desafiador" para o segmento de carne bovina da companhia e por valorização do real contra o dólar, que reduz o valor das exportações da companhia. Porém, a empresa afirmou no balanço que vê com "perspectiva positiva" o setor de bovinos brasileiro.
O balanço foi divulgado no mesmo dia em que a rival maior JBS anunciou queda de quase 80 por cento no lucro líquido do segundo trimestre. O resultado operacional da Marfrig medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado no período foi de 391 milhões de reais, queda de 7,7 por cento ante mesma etapa de 2016.
A companhia informou junto com o balanço que decidiu reabrir até setembro três frigoríficos em Rondônia (Ji-Paraná), Mato Grosso do Sul (Paranaiba) e Rio Grande do Sul (Alegrete), devido à melhora do cenário para carnes no país. A empresa já havia anunciado a reabertura de outras duas unidades em julho. "Após a implementação dessas reaberturas, estima-se que a operação brasileira da divisão Beef eleve sua capacidade de abate para cerca de 300 mil cabeças por mês", afirmou a Marfrig.
No balanço, a companhia comentou que a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que afetou as exportações do setor no segundo trimestre, criou "oportunidades" ao aumentar a oferta de gado disponível para abate. Além disso, a Marfrig também afirmou que "implementação dessas ações (reabertura de unidades e incremento de atividade em outras) elevará o nível de produção, no Brasil, em torno de 25 por cento", a partir do atual semestre. A Marfrig terminou junho com uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 4,55 vezes ante 3,1 vezes divulgados um ano antes.