Exportação de industrializados registra aumento de 8%
A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul já registra aumento de 8% no período de janeiro a julho deste ano comparado com o mesmo período do ano passado, saltando de US$ 1,50 bilhão para US$ 1,62 bilhão, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Apenas comparação de julho de 2016 com julho de 2017, a receita com a exportação de produtos industriais aumentou em 12%, saindo de US$ 205,01 milhões para US$ 228,80 milhões.
Já em relação à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 59% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano, na mesma comparação, a participação ficou em 58%. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, os indicadores positivos da economia estadual e nacional são um sopro de esperança para os empresários. “Nós precisamos ter esperança e quando começamos a garimpar um indicador positivo aqui, outro acolá, temos de comemorar. Passada a instabilidade política enfrentada atualmente pelo Brasil, eu acredito muito que a economia do País voltará aos trilhos do crescimento”, projetou.
Sérgio Longen ressalta que o setor industrial está torcendo para que o Brasil supere essa fase difícil e que todos comecem a enxergar o país esperado pela maioria absoluta dos brasileiros. “Temos um sinal de recuperação dos empregos em nível nacional e agora temos o número positivo das exportações de industrializados, o que significa que estamos industrializando mais a produção estadual. Agora, a nossa intenção é manter essa base sólida, tanto na geração de empregos, quanto na exportação de industrializados, para buscar a abertura de novas empresas no nosso Estado, que vão gerar novas oportunidades de trabalho”, analisou, pontuando que é preciso continuar avançando nas reformas, tanto na política, quanto na previdenciária, para que tragam tranquilidade ao setor produtivo e isso, com certeza, refletirá em indicadores mais positivos da nossa economia.
Sobre a convalidação dos incentivos fiscais aprovada pela Assembleia Legislativa, Longen lembrou que o presidente Michel Temer já tinha sancionado o projeto aprovado pelo Senado e agora tinha chegado a vez de o legislativo e o executivo estadual seguissem pelo mesmo caminho. “Essa medida trará mais tranquilidade às indústrias, que passam a ter a segurança jurídica necessária para continuar produzindo. Nós precisávamos com urgência desse aval em nível estadual e, agora, só temos de agradecer a todos os nossos deputados estaduais, assim como fizemos com a nossa bancada federal, pois ambos atenderam à urgência da aprovação da convalidação dos incentivos para a continuidade do nosso desenvolvimento econômico”, declarou.
Ele acrescenta ainda que os incentivos fiscais concedidos pelos governos dos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são uma ferramenta de desenvolvimento. “Nós defendemos a concessão desses benefícios porque, atualmente, se trata da única forma para a industrialização do Brasil como um todo. Não podemos ter concentração de indústrias somente nos Estados das regiões Sul e Sudeste e, por isso, os incentivos fiscais são essenciais para que possamos produzir em Estados como Mato Grosso do Sul e vender essa nossa produção com preços competitivos aos grandes centros consumidores do País”, reforçou.
Desempenho
Já o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, destaca que de janeiro a julho os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Açúcar e Etanol”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais” e “Couros e Peles”, que, somados, representaram 97% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior. “O grupo Celulose e Papel somou US$ 564,3 milhões, apontando queda de 6% sobre igual período de 2016, quando as vendas atingiram US$ 599,8 milhões. A redução observada se deu principalmente pela diminuição nas compras em importantes mercados para a celulose de Mato Grosso do Sul, com destaque para a China e Itália”, detalhou.
No “Complexo Frigorífico”, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 523,6 milhões, um aumento de 15% sobre igual período de 2016, quando o total ficou em US$ 454 milhões. “O crescimento observado se deu principalmente pelo aumento de 12% no preço médio da tonelada das carnes exportadas pelo grupo, que passou de US$ 2.467,12 em 2016 para US$ 2.752,42 no mesmo período de 2017. Em relação aos produtos exportados os destaques ficam por conta das carnes desossadas e congeladas de bovinos, pedaços e miudezas comestíveis congelados de frango e carnes desossadas frescas ou refrigeradas de bovinos, que totalizaram US$ 442,8 milhões ou 84,6% da receita total do grupo”, informou Ezequiel Resende.
Já no grupo “Extrativo Mineral” a receita de exportação alcançou US$ 107,9 milhões, indicando aumento de 43% sobre o mesmo período de 2016, quando as vendas foram de US$ 75,7 milhões. “O resultado se deu pela alta de 115% no preço médio da tonelada do minério de manganês, que em 2017 está em US$ 144,76 contra US$ 67,46 em 2016 e pela alta de 15% no preço médio da tonelada do minério de ferro que em 2017 está em US$ 28,93 contra US$ 25,23 em 2016. Em relação ao volume, em 2017, as vendas do grupo alcançaram o equivalente a 2,3 milhões de toneladas”, acrescentou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
Em relação ao grupo “Óleos Vegetais” o período de janeiro a julho de 2017 fechou com receita equivalente a US$ 60,3 milhões, sugerindo queda de 46% sobre o mesmo intervalo de 2016, quando as vendas foram de US$ 112,4 milhões, tendo a Tailândia e Indonésia como principais responsáveis pela redução observada, com uma retração nas compras equivalente US$ 63 milhões. Quanto aos compradores, os principais até o momento são Tailândia com US$ 19,5 milhões ou 32,3%, Indonésia com US$ 12,7 milhões ou 21,0%, Holanda com US$ 8,9 milhões ou 14,8%, Coréia do Sul com US$ 8,0 milhões ou 13,2% e França com 4,7 milhões ou 7,9%.
No caso do grupo “Couros e Peles”, a receita de exportação totalizou US$ 55,3 milhões, ou seja, uma redução de 15% sobre igual período de 2016, quando as vendas foram de US$ 65,1 milhões. “Esse resultado foi influenciado principalmente pela diminuição das compras efetuadas pela China e Vietnã, que somados apresentaram redução de 4,9 mil toneladas ou 98% de toda retração ocorrida no volume de venda, quando comparado com o mesmo período do ano passado”, informou Ezequiel Resende, completando que, até o momento, já foram vendidas 18,9 mil toneladas, resultado 21% menor que o de 2016.