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Indústria aperta o pecuarista, mas arroba fica nos R$ 200 em SP.

No "boi-China", a diferença de preço chega a R$ 15 nas praças pecuárias com oferta desse tipo animal.
Por: 
Portal DBO
15/05/2020

A instabilidade no consumo interno de carne bovina, decorrente das medidas de isolamento social aplicadas nos grandes centros urbanos do País, preocupa os frigoríficos brasileiros, que preferem ser cautelosos nas ordens de compras de boiadas, regulando a produção de acordo com o escoamento dos cortes para o atacado, relata a Informa Economics FNP.

A maior parte das indústrias pesquisadas pela consultoria opera com escalas regulares de até uma semana e testam negócios a valores mais baixos que as máximas vigentes. Nas praças do Centro-Sul, os pecuaristas já se deparam com uma piora na qualidade dos pastos, em função do avanço do clima seco e, diante disso, aumentam a oferta de boiada terminada, o que também tem dado suporte para os ajustes negativos no valor da arroba.

Em São Paulo, porém, a cotação da arroba se manteve estável nesta quinta-feira, 14 de maio. De acordo com a FNP, com o avanço do tempo seco e, consequentemente, menor poder de especulação por parte dos vendedores, algumas indústrias paulistas tentam emplacar valores mais baixos na aquisição de novos lotes.

No entanto, observa a consultoria, plantas menores de São Paulo têm dado suporte para preços firmes, pagando mais caro principalmente nos animais destinados ao mercado externo. Na região Noroeste de São Paulo, o boi gordo segue valendo R$ 200/@, a prazo.

No Mato Grosso, entretanto, houve registro de queda no preço do boi gordo nesta quinta-feira, conforme apuração da FNP. As indústrias da região conseguiram alongar as escalas de abate, passando, assim, a limitar as novas aquisições de boiadas, o que resultou em pressão baixista na arroba. Em Goiás, os preços do animal terminado também caíram, refletindo uma maior oferta de animais, devido à diminuição no nível de chuvas e, consequentemente, a piora de qualidade das pastagens.

Na praça de Tocantins, também houve ajustes negativos na arroba, motivados pela fraca atuação dos compradores. Segundo a FNP, alguns frigoríficos de Tocantins têm escalas preenchidas já para o início do mês de junho e, por isso, se ausentaram do mercado.

 

Busca pelo “boi china” se mantém

As exportações brasileiras de carne bovina continuam bastante aquecidas neste mês de maio. Segundo a FNP, a forte atuação dos chineses na compra da carne brasileira tem estimulado a procura dos frigoríficos pelo chamado “boi China”, animais de até 4 dentes,  que recebem prêmio de até R$ 15/@ mais acima da referência do mercado local.

No atacado brasileiro, os principais cortes bovinos não registraram variações nos preços nesta quinta-feira. O consumo doméstico de carne, que já apresentava níveis baixos, tem se mostrado ainda mais lento e instável com a chegada da segunda quinzena do mês, período de menor poder aquisitivo da população. Porém, segundo a FNP, o equilíbrio entre a oferta e a demanda tem neutralizado maiores movimentos de queda nos preços, já que os abates continuam em desaceleração.